Neste artigo, exploraremos 10 diferenças marcantes entre as casas francesas e brasileiras, desde a área externa até detalhes aparentemente triviais. Você vai se surpreender como essas distinções podem revelar muito sobre os hábitos e a cultura de cada nação. Se prepare para descobrir como o local onde vivemos pode influenciar e refletir nosso estilo de vida. Então, allons-y!!!
Segurança das casas francesas e brasileiras
No Brasil, é praticamente uma arte construir imóveis cercados por altos muros, cercas elétricas e grades nas janelas. Os moradores transformam suas casas em verdadeiras fortificações, com sistemas de vigilância dignos de filmes de espionagem. Porteiros e seguranças são figuras comuns, quase como parte da família.
Já na França, essa paranoia arquitetônica é praticamente inexistente. Embora algumas casas tenham muros, eles são mais simbólicos do que funcionais. Janelas com grades? Eu nunca vi! E ao invés de porteiros onipresentes, a preferência é por empresas que fazem a limpeza dos prédios, porque contratar funcionários dedicados é um luxo caro demais.
Por acaso, moro em um pequeno condomínio de sete casas na França, onde o portão está sempre escancarado! Essa confiança na segurança do bairro contrasta com a realidade de muitas áreas urbanas no Brasil, onde morar se assemelha a viver em uma prisão.
Em suma, enquanto os brasileiros transformam suas casas em fortalezas medievais, os franceses adotam uma abordagem mais relaxada e confiável. Essa diferença não é apenas arquitetônica, mas também cultural e social entre os dois países.
Condomínios de casas e edifícios altos
Uma diferença marcante é a raridade de condomínios de casas e edifícios altos na França, tanto em grandes cidades quanto em cidades menores. Em total divergência, os brasileiros estão cada vez mais se refugiando em condomínios. Seja pela segurança ou pela possibilidade de ter um pouco de tudo nesses enormes empreendimentos imobiliários. Praticamente, você pode viver no condomínio sem nunca precisar sair.
Quem nunca foi a um prédio no Brasil que tem piscina, academia, sala de jogos, salão de festas, churrasqueira etc.? Esses tipos de comodidades são comuns no Brasil, mas na França, são praticamente lendas urbanas.
Além disso, em Paris, uma das cidades mais caras do mundo, há muitos prédios sem elevador. Algo quase impensável para os brasileiros que vivem em edifícios modernos e bem equipados.
No Brasil você pode fazer seu churrasco na área comum e descer para um mergulho na piscina. Em contrapartida, na França, você vai estar mais preocupado em preservar o charme da arquitetura histórica e talvez, sonhar com um elevador.
Por fim, os brasileiros estão construindo prédios cada vez mais altos que até estão quase alcançando o céu. Enquanto isso, na França, o plano diretor das cidades mantém todos com os pés no chão, literalmente.
Pintura e estética das casas francesas e brasileiras
Se tem algo que me diverte e ao mesmo tempo me deixa confusa é o colorido do Brasil. De um lado, é incrível ter a liberdade de pintar sua casa do jeitinho que sempre sonhou. Ocorre que, por outro lado, esteticamente falando, aquele festival de cores às vezes parece uma competição de quem consegue chamar mais atenção na vizinhança.
Já na França, a coisa é bem diferente. Aqui, os imóveis seguem um padrão de cores determinado pelas prefeituras. As regulamentações de planejamento urbano são tão rigorosas que garantem que as fachadas dos edifícios não destoam da estética e harmonia arquitetônica das cidades.
Assim, ao construir um imóvel em solo francês você terá de apresentar o projeto e verificar qual a paleta de cores está dentro das regras da cidade.
Hall de entrada
Na França, toda casa e apartamento é equipado com algum móvel no hall de entrada para guardar os casacos de inverno e para retirar os sapatos. Uma cabideira, um armário ou até mesmo um pequeno banco para sentar são itens essenciais. Esse tipo de mobília garante que tudo fique no lugar, além de facilitar a tarefa de tirar e guardar essas peças essenciais para enfrentar o inverno. A praticidade é essencial quando se tem de enfrentar o frio todos os dias.
Sistema elétrico, térmico e isolação
A corrente elétrica na França opera em 220 volts e as tomadas seguem o padrão europeu, conhecidas como “Type E”. A principal característica desse tipos de tomada são os pinos redondos com um orifício de aterramento (pino terra).
os imóveis possuem aquecimento central, e alguns ainda usam lareiras. Isso se dá pelo fato de que não dá para sobreviver no frio europeu com uma estrutura similar às casas e apartamentos brasileiros. Por isso, ao visitar uma casa ou apartamento na França, você notará que todas as torneiras permitem a saída de água tanto fria quanto quente.
Outrossim, a regra é a instalação de janelas com vidros duplos para melhorar o isolamento térmico e acústico.
Outro meio de controlar a temperatura e a luminosidade dentro das residências são as cortinas rolantes automáticas. Elas também oferecem mais comodidade aos moradores através de controle remoto ou até mesmo programação automática.
Por último, um ponto a desfavor é o fato de que muitas casas francesas não têm ar-condicionado. Porém, as mais modernas possuem sistemas de resfriamento. Esse tipo de tecnologia mantém o piso ligeiramente mais fresco, como ocorre na minha própria casa.
Iluminação
Toda casa francesa que se preze ostenta seus abajures de mesa, de chão e arandelas. Tem imóveis que ignoram completamente a luz central e só vivem de luzes indiretas. Particularmente, eu não sou muito fã, porque a casa fica parecendo um set de filme noir. Mas, hoje em dia, muitos lares já estão se rendendo à iluminação nos tetos, assim como no Brasil, iluminando o ambiente de forma mais clara.
Camas
No Brasil, a moda da cama-box pegou de jeito! Práticas, econômicas e cada vez mais presentes nos lares brasileiros. Já na França, essa tendência não tem a mesma força. Por aqui, camas-box são quase raridade! Os franceses preferem as tradicionais camas com estrado e colchão, e, claro, com aquele charme europeu que só eles sabem dar.
Área de serviço/lavanderia
Hoje em dia, muitos apartamentos brasileiros estão super compactos e não possuem mais espaço para lavanderia. Contudo, sejamos sinceros, quem não gosta de um cantinho especial para lavar e secar suas roupas? Parece que os franceses não têm essa preocupação. Na França, muitas vezes a máquina de lavar e, pasmem, a de secar (essa última é uma raridade no Brasil) ficam no banheiro, na cozinha ou até na garagem. Basicamente, qualquer espaço que dê para encaixar. E quanto à famosa pia usada como tanquinho? Infelizmente, esse ícone da lavanderia brasileira é um mistério desconhecido para os franceses.
Ralos
Os ralos são bastante comuns nas áreas molhadas dos lares brasileiros, como banheiros, cozinhas e áreas de serviço, para escoar a água. Entretanto, os franceses não instalam ralos em seus imóveis. Isto é, você vai ter que dizer adeus àquela lavagem completa do chão. No máximo, vai poder fazer uma limpeza usando o esfregão!
Banheiros na casas francesas e brasileiras
Deixei a cereja do bolo para o final! Prepare-se para algumas peculiaridades curiosas sobre os banheiros franceses que certamente vão arrancar umas risadas.
Primeiramente, vamos à distinção fundamental: os franceses decidiram que o vaso sanitário merece um espaço só dele. Sim, é isso mesmo! De um lado você tem a “sala de banho” e, do outro, o “toilette”. Inclusive, muitos banheiros não tem lixeira. Isso porque, você vai jogar o papel higiênico — que, por sinal, nos supermercados franceses é frequentemente cor-de-rosa, diretamente no vaso sanitário.
Mas as surpresas não param por aí! No Brasil, todo mundo tem um chuveiro pregado na parede, muitas vezes elétrico. Na França, pelo contrário, as banheiras reinam absolutas. Outro choque cultural para mim foram as cortinas de plástico. Nós, brasileiros, estamos acostumados com os box de vidro elegantes, mas aqui eles são uma raridade. No máximo, se um francês estiver disposto a abrir a carteira, ele pode até comprar uma cabine pronta na Leroy Merlin.
Portanto, da próxima vez que você estiver na França, lembre-se: o banheiro é uma aventura à parte. E não esqueça de dar um “oi” para a cortina de plástico!
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