Os queijos franceses fazem parte da gastronomia francesa e tem reconhecimento pelo mundo todo! Só para você entender a seriedade da coisa, os franceses tratam essa iguaria como uma parte importante de suas refeições. No almoço ou no jantar, prepare-se para uma sequência gourmet que faz total sentido só nesse país: entrada, refeição, uma variedade de pedaços de queijos e, finalmente, a sobremesa.
Se você não vive na França, mas está planejando uma visita, um conselho de amiga: vá a um supermercado e confira a seção “fromagerie”. É de cair o queixo, pois no Brasil nunca vi nada parecido.
O site fr.statista.com, especializado em dados estatísticos, divulgou uma notícia impressionante: No ano de 2022, a França produziu mais de 623 mil toneladas de queijo fresco de leite de vaca. Outra informação notável desta mesma fonte é que os franceses consomem mais de 27 Kg de queijo por ano.
Como eu sou a Sherlock Holmes dos dados, trago mais uma curiosidade para você: o site public.opendatasoft.com revelou uma lista de 338 tipos de queijos franceses. Mas, dizem que esse número é muito maior. Digamos que para cada dia do ano temos um “fromage” diferente.
No finalzinho, vou te mostrar um mapa com todos os queijos espalhados pelo país. Assim, você vai entender certinho onde fabricam cada um. Prepare-se para uma viagem de dar água na boca!
Cantal – 10º lugar
O Cantal é originário da região de Auvergne e, desde 1956, ele possui a denominação de origem protegida. Feito a partir de leite de vaca, seu processo de fabricação é uma exclusividade francesa, com direito a uma dupla prensagem da massa não cozida.
Ele é daqueles queijos franceses que apresenta uma textura meio dura e um aroma bem curado, com um sabor rico que evoca nozes e outros tons similares. Além disso, possui toques de especiarias e umas notas docinhas que fazem o paladar dar piruetas.
Você pode encontrar o Cantal em várias fases da vida. O Cantal jovem, requer de 1 a 2 meses para atingir a maturidade, oferece um sabor mais suave e menos intenso. Por outro lado, o Cantal velho, passa por um período de maturação superior a 8 meses, desenvolvendo um sabor mais profundo e robusto que faz qualquer amante de queijos fortes cair de amores.
Emmental – 9º lugar
Originário da Suíça, ele atravessou fronteiras e se estabeleceu na França lá pelo século XVIII, especialmente na região da Sabóia. Esse é um dos queijos franceses que é um verdadeiro astro, famoso por seus buracos grandes e irregulares. Isso se dá por conta das bactérias no leite que soltam gás carbônico (CO2), transformando o queijo numa festa de bolhas.
Além do mais, sua textura é firme e macia, proporcionando uma experiência sensorial agradável. O seu sabor suave torna este queijo versátil, permitindo utilizá-lo em diversas receitas.
Ele é um coringa na culinária, indo bem em qualquer receita. Você irá encontrá-lo facilmente na sua versão ralada. Confesso que em minha casa sempre tenho esse queijo! Então, quando você estiver na França, não se surpreenda se encontrá-lo “rapé” em tudo que é prato.
Pont-l’Évêque – 8º lugar
O queijo Pont-l’Évêque recebe o nome da cidade onde o produzem na França. Localiza-se especificamente entre Lisieux e Deauville, na região da Normandia. Este queijo se distingue por sua massa mole e casca lavada ou escovada, que desenvolve uma leve floração durante o processo de maturação.
Seu formato é caracteristicamente quadrado ou retangular. Desde 1996, ele ostenta a denominação de origem protegida, como se fosse a realeza dos laticínios, garantindo que ele é tão autêntico quanto o sotaque dos normandos.
Dizem as lendas (ou pelo menos a história) que monges enclausurados lá pelos idos do século XII foram os gênios culinários por trás dessa maravilha que é o Pont-l’Évêque.
O processo de maturação varia entre 8 dias e 6 semanas, resultando em um sabor rico e textura cremosa.
Chèvre – 7º lugar
“Chèvre” significa cabra, e os franceses levam isso muito a sério. Temos inúmeras variações dentre elas: o Pouligny Saint-Pierre, Rocamadour, Crottin e Chabichou. Sabe o que é mais interessante? Ao contrário dos outros queijos franceses, essas belezuras são de diversas regiões: Nouvelle Aquitaine, Pays de la Loire, Centre-Val de Loire, Borgonha, Rhône-Alpes, PACA, Occitanie e até na Córsega!
E olha que eles são versáteis: crus, pasteurizados, macios, temperados, maturados... Como diriam os franceses, ils sont magnifiques! E para você ter ideia do amor francês por esse queijo, eles têm nada menos que 46 queijos com AOP (Appellation d’Origine Protégée), e adivinha? Quinze deles são de cabra.
Munster – 6º lugar
O queijo francês Munster é originário da região da Alsácia e da Lorena dos Vosges, abrangendo sete departamentos. Este queijo remonta ao século VII, quando monges beneditinos resolveram dar um toque divino ao leite de vaca.
Ele tem um aroma forte, que pode até espantar alguns, mas o sabor é tão delicado que é impossível resistir. Além disso, sua massa é mole, de casca lavada, ostentando cores que variam do amarelo ao vermelho-alaranjado, como uma obra de arte comestível.
Desde 1969, ele tem o selo da Denominação de Origem Controlada (AOC). Esse “selo” é tipo um passe VIP garantindo que você está provando a coisa real, fiel às tradições regionais.
E para os verdadeiros apreciadores, dizem que o melhor momento para se deleitar com um bom pedaço de Munster é entre maio e outubro. Seria nessa época do ano que suas características estão no auge e o sabor atinge níveis de pura poesia gustativa.
Reblochon – 5º lugar
O Reblochon é da região da Saboia. Sua origem remonta ao século XVIII, mas ele veio a se desenvolver no século XIX. Em 1958, Reblochon obteve a Denominação de Origem Contrôlée. Mas, somente em 1996 obteve a Denominação de Origem Protegida.
As vacas que contribuem para sua glória leitosa são: Abondance, Montbéliarde e Tarine.
Ele tem uma massa prensada e textura mole. Depois de passar quatro semanas amadurecendo, ele se transforma em uma obra-prima de cor marfim clara.
É o queijo escolhido para a famosa tartiflette, que transforma batatas humildes em algo digno de um banquete real.
Comté – 4º lugar
Produzido na região de Jura, o Comté é aquele queijo que leva seu paladar para uma jornada cheia de sabor. Feito com leite cru de vaca, tem uma textura firme e um sabor complexo que dança entre nozes e frutas. Imagine um queijo que não só tem um AOC desde 1958, mas também um AOP desde 1996. Ou seja, ele é tão exclusivo que até seu nome é protegido por lei!
Para fabricar um Comté, é preciso cozinhar e prensar o leite. Depois ele será cuidadosamente transferido para cavernas de maturação. E aqui vai o toque mágico: alguns desses queijos podem passar não apenas meses, mas anos aprimorando seu sabor. Sim, você entendeu direito. Alguns Comtés amadurecem por até 36 meses!
Na minha mesa, não pode faltar essa preciosidade que compramos toda semana. Então, da próxima vez que você saborear um pedaço de Comté, lembre-se que está apreciando não apenas um queijo, mas um legado de paciência, devoção e talvez um toque de loucura. Afinal, quem mais teria a ideia de esperar tanto tempo por um queijo?
Roquefort – 3º lugar
O Roquefort leva o nome da cidade que é fabricado, ele é feito com pasta leite de ovelha e salsinha. Sua textura é macia e sua cor é “azulada”, tem um gosto picante e forte.
Com 2.650 criadores de ovelhas, 8 laticínios, 7 fabricantes e 2000 pessoas fazendo roquefort, é um verdadeiro império do queijo. E não podemos esquecer das cavernas onde tudo isso acontece, formadas naturalmente por montanhas que decidiram descer e deslizar um pouco. É aqui que o Roquefort envelhece por, no mínimo, 14 dias, porque parece que tudo na França precisa de um tempo para amadurecer, até o queijo.
Brie – 2º lugar
O Brie tem origem nas vizinhanças de Paris, mais precisamente nas cidades de Meaux e Melun. Essa última tive a oportunidade conhecer, ficando em torno de 45 Km da Île-de-France.
Ele é feito de leite de vaca, possui uma casca branca como a neve devido ao mofo branco e um coração cremoso de fazer suspirar.
E quem diria que esse queijo se tornaria o “Rei dos Queijos” no Congresso de Viena em 1815? Sim, foi lá que ele subiu ao trono dos queijos, provavelmente usando sua casca fleurie como uma coroa improvisada. E claro, o Brie é melhor aproveitado na primavera, como se estivesse florescendo junto com as tulipas.
Então, se você quer uma dose de luxo parisiense em forma de queijo, o Brie é sua aposta segura.
Camembert – 1º lugar
Ele nasce na Normandia, mais especificamente na pitoresca cidade que lhe emprestou o nome: Camembert. Feito com leite de vaca, é um queijo de massa mole com uma casca florida. Se você acha que ele lembra o Brie, não está errado! Só que o Camembert tem aquele “je ne sais quoi” extra.
Recomendado para consumo entre maio e outubro, esse queijo leva entre 21 a 35 dias para ficar pronto. Durante a maturação, eles são virados para garantir uma casca perfeita de todos os lados.
O Camembert é um verdadeiro camaleão culinário. Pode ser degustado frio ou quente e brilha em várias receitas: assado, frito, grelhado, ou até como fondue. O sucesso é sempre garantido! E se você gosta de misturar doce com salgado, experimente Camembert com mel. É uma dupla que vai fazer você dançar de alegria!
Mapa dos queijos franceses
Abaixo você pode verificar cada um dos 10 queijos listados anteriormente, conforme sua classificação:
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