Se tem algo que realmente mexe com os nervos de todo mundo e deixa qualquer pessoa cheia de ansiedade, é encarar uma prova! Seja para a carteira de motorista, escola, concurso público, ou até o Delf B2. Neste artigo, vou compartilhar minha experiência e as dicas incríveis que só quem passou por isso pode contar. Então, vem comigo e descubra o que fazer (e o que evitar) para garantir aquele ‘sim’ no seu exame!
O que é o DELF B2 ?
O exame de proficiência no idioma francês possui 6 níveis, de A1 a C2, sendo organizado através de dois sistemas: o DELF (Diplôme d’Études en Langue Française) e o DALF (Diplôme Approfondi de Langue Française). Os níveis A1, A2, B1 e B2 são de aprendizado elementar a intermediário, enquanto C1 e C2 são níveis avançados, com o DALF destinado a esses níveis.
O nível A2 é normalmente exigido para solicitar o titre de séjour (autorização de residência), enquanto o B1 é o nível necessário para requerer a nacionalidade francesa. O nível B2 é o mais comum, pois é o recomendado para quem deseja ingressar em uma universidade francesa. Este nível, na verdade, é intermediário a avançado, já que, para estudar em uma universidade, o candidato deve ser capaz de falar, ouvir, escrever e compreender o francês com fluência, quase como um nativo.
Por que fazer o DELF B2?
O certificado DELF/DALF é válido para a vida inteira, o que significa que você não precisará fazer novamente o exame para comprovar seu nível de francês no futuro. No caso do DELF B2, é especialmente interessante porque ele abre muitas portas, não apenas para a entrada em universidades francesas, mas também para oportunidades profissionais, especialmente na França e em outros países francófonos.
Pessoalmente, decidi fazer esse exame como um desafio para finalmente desbloquear meu francês. Sabe quando você sente que não consegue avançar no idioma? Era exatamente isso que estava acontecendo comigo. Ao optar por fazer essa prova, estabeleci uma meta concreta e alcançável. Além disso, é uma maneira de afirmar para mim mesma que, com o diploma, terei o nível de francês necessário para viver na França com confiança e tranquilidade.
Quanto tempo é necessário para se preparar para a prova ?
Essa é uma pergunta difícil de responder, pois o tempo necessário para a preparação depende de cada pessoa e do seu nível de dedicação. No meu caso, eu vinha praticando francês há anos com o Duolingo e também fazendo aulas particulares, mas sempre parava depois de três a quatro meses de estudo. Foi em julho de 2024, quando me matriculei na Academia de Francês do Pierre, que comecei a levar meus estudos a sério. No entanto, só em setembro desse mesmo ano decidi me focar especificamente na preparação para o exame.
Foi nesse momento que estabeleci uma rotina diária de contato com a língua, utilizando diversos recursos a meu favor. Não me limitei a um único método ou professor, buscando diversificar minha forma de aprendizado para alcançar melhores resultados. A minha prova aconteceu no dia 15 de janeiro de 2025, portanto, eu tive 126 dias de preparação! Claro, se eu pudesse voltar no tempo, teria estabelecido essa meta mais cedo e teria levado os estudos a sério desde julho, pois cada dia faz uma grande diferença – pode ter certeza disso.
Como se preparar para o DELF B2 ?
Vou compartilhar com vocês a minha experiência! Eu continuei com a Academia de Francês do Pierre, que foi fundamental no meu progresso. Através desse curso, percebi que estava evoluindo gradualmente, com aulas de gramática, ateliês de leitura, aulas de conversação e outros cursos complementares. Para saber mais sobre o Français avec Pierre, escrevi um artigo detalhado sobre o assunto.
De segunda a sexta, eu me dedicava a ouvir as atualidades internacionais na rádio RFI e, além disso, praticava os exercícios de compreensão auditiva do Le français facile avec RFI. Outro desafio que, aos poucos, trouxe resultados foi a prática dos ditados de d’Archibald, disponíveis no site da TV5 Monde. De duas a três vezes por semana, reservava 15 minutos para realizar esses ditados, o que, com o tempo, fez uma grande diferença.
Complementando meus estudos, comprei um curso online preparatório para o DELF B2, oferecido pelo mesmo professor do Français avec Pierre. Achei esse curso maravilhoso, pois consistia basicamente em simulados (“examen blanc”), o que me ajudou a entender como é a estrutura da prova. Além do mais, recomendo acessar o site France Education International e conferir os simulados disponíveis lá.
Como acredito que é importante diversificar os métodos, contratei um professor particular e fiz 28 aulas privadas. Nesse quesito é importante ter atenção, pois há muitos profissionais que se dizem experientes no DELF B2, mas não têm a qualificação necessária. A metodologia de ensino precisa ser diferente. Lembre-se: não basta apenas aprender francês, é essencial entender como funciona a prova, o que os examinadores vão cobrar e como se preparar adequadamente para cada parte do exame.
Como é a prova ? É verdade que existem dois formatos de prova diferentes ?
A prova do DELF B2 é dividida em quatro competências: compreensão oral, compreensão escrita, produção oral e produção escrita. A avaliação vale 100 pontos, sendo necessário obter, no mínimo, metade da pontuação total para ser aprovado. Além disso, em cada competência, é obrigatório alcançar pelo menos 5 pontos do total de 25 pontos.
A estrutura da prova é intensa: a produção oral dura 50 minutos (30 minutos de preparação e 20 minutos de prova), a compreensão oral leva 30 minutos, a compreensão escrita tem 1 hora de duração, e a produção escrita também ocupa 1 hora. No total, é uma verdadeira maratona de quase 3 horas.
Antes de 2020, as seções de compreensão oral e escrita incluíam questões de múltipla escolha (o famoso “marcar o X”) e perguntas em que era necessário escrever as respostas. O que para mim é mais difícil e cansativo. Após 2020, foi introduzido um novo formato em que todas as perguntas são respondidas exclusivamente com a escolha da melhor alternativa (a minha prova foi no NOVO formato). Assim, em teoria, você deveria se preparar apenas para esse novo modelo.
No entanto, recomendo fortemente que estude ambos os formatos. O próprio site do France Éducation International informa que os dois modelos ainda estão em vigor. Dessa forma, você estará preparado para qualquer possibilidade no exame.
Por fim, os temas da produção oral e escrita não podem ser previstos com antecedência, tornando essencial estar atento ao que acontece no mundo. É importante acompanhar as atualidades e estudar assuntos gerais que frequentemente aparecem no exame, como meio ambiente, educação, tecnologia, igualdade de gênero, saúde pública e globalização.
Onde e como se inscrever ? Quanto custa ?
Na França, o exame está disponível durante quase todo o ano, com exceção dos meses de abril, agosto e setembro. No entanto, é necessário se inscrever com pelo menos um mês de antecedência. Eu optei por realizar minha inscrição no centro de exames da CEFORA, localizado em Tournon-sur-Rhône, na região de Ardèche. Antes de me inscrever, pesquisei sobre a reputação do local, pois esse fator era importante para mim. O processo foi simples: baixei o formulário de inscrição online e o enviei por e-mail.
O valor do exame varia de acordo com o nível. A minha inscrição custou 145 euros. O pagamento foi feito por transferência bancária, e o comprovante foi enviado por e-mail ao centro de exames para confirmar minha inscrição.
Como se passa no dia do exame ?
Para responder melhor a questão, eu vou dividir em três partes essa resposta, conforme a experiência vivida no dia de minha prova.
Primeira parte do exame – produção oral
No meu caso, a prova oral estava marcada para às 9:10 da manhã, e fui orientada a me apresentar com 10 minutos de antecedência. Ao chegar, entreguei minha identidade e o comprovante de convocação. Na sala, havia vários papéis virados, e eu deveria escolher apenas dois. Assim, seguindo as instruções, desvirei os papéis, li os temas e escolhi um. Embora eu não lembre exatamente qual era o que descartei, optei pelo assunto da proibição do uso de celulares nas escolas. Fui então encaminhada para uma sala separada, onde tive 30 minutos para me preparar. Durante esse tempo, me foi entregue um papel em branco para rascunho. Depois, fui encaminhada para a sala onde se passaria a produção oral.
Sinceramente, essa foi a melhor parte do exame. Eu me senti super confortável e muito bem acolhida pelos dois examinadores. Estava vibrando de empolgação! A produção oral dura 20 minutos. Primeiro, você faz uma apresentação sobre o tema escolhido, e meu professor recomendou que o monólogo fosse entre 5 a 7 minutos. Em seguida, os examinadores conduzem um debate com perguntas.
Eu adorei essa etapa da prova, e para mim foi, sem dúvida, a melhor das competências. Senti-me relaxada e confiante durante todo o processo. Curiosamente, tanto na sala de preparação quanto na sala do exame oral não havia relógio, então não tenho certeza de quanto tempo levei em cada etapa. No entanto, a sensação foi de que tudo aconteceu de forma rápida e fluida.
Segunda e terceira parte do exame – compreensão oral e escrita
No período da tarde, precisamente às 14 horas, começou a segunda etapa. Após as orientações dadas, à primeira competência foi a compreensão oral, e no novo formato ela é dividida em 3 partes, do seguinte modo:
Na 1ª parte, você tem direito a ler previamente as questões durante 1 minuto, depois ouvirá um áudio que será reproduzido duas vezes, e entre a primeira e segunda escuta é dado 3 minutos para responder às questões. A 2ª parte segue do mesmo jeito que o anterior. A 3ª parte são três pequenos áudios com direito a apenas uma escuta.
Essa foi a habilidade mais desafiadora para mim. O que mais me surpreendeu negativamente foi que, nos simulados, eu costumava me sair muito bem nessa competência, acertando praticamente 100%. Percebi, então, que deveria ter treinado sem os fones, simulando as condições reais da prova. Fica aqui essa dica valiosa! Além do mais, durante a prova, o áudio sairá de uma caixa de som, cuidado onde você for se sentar para ouvir nem tão forte nem tão baixo.
Depois você estará livre para fazer a compreensão e produção escrita. Como nessa etapa do DELF B2 é mais livre, eu consegui gerar melhor meu tempo. Eu utilizei 30 minutos para compreensão escrita e 1h30min em produção escrita!
Quarta parte do exame – produção escrita
A compreensão escrita consiste em três textos, com questões de múltipla escolha nas quais você deve escolher a melhor resposta. O último texto tem um formato um pouco diferente: era como uma entrevista, onde três entrevistados compartilhavam suas opiniões sobre a entrada gratuita em museus. As perguntas eram formuladas de maneira específica, como, por exemplo: “Quem é a favor da entrada gratuita?”. As opções de resposta listavam os nomes dos entrevistados, e você precisava identificar a opinião correspondente a cada um.
Por fim, a produção escrita deve conter no mínimo 250 palavras. Diferente da prova oral, em que você escolhe o tema, aqui o tema é imposto. No meu caso, o assunto girava em torno da ecologia. O candidato deveria escrever um e-mail ao presidente de uma universidade, reclamando sobre a falta de cuidado com o meio ambiente por parte de alunos, professores e funcionários administrativos. Como membro de uma associação ecológica, o candidato deveria sugerir que um curso sobre ecologia fosse tornado obrigatório para os alunos.
Como eu consegui administrar bem o tempo, eu alcancei 250 palavras, mas o que me ajudou muito foi usar aquelas canetas com fricção, que apagam, já que não fiz rascunho. Talvez eu seja mais lenta para escrever, mas se tivesse feito um rascunho, tenho certeza de que não conseguiria terminar a tempo. Durante a prova, a tensão era tão grande que, muitas vezes, esqueci palavras simples e precisei recorrer a sinônimos que vinham à minha mente. Então, fique atento à quantidade de palavras, porque se você escrever menos da metade será eliminado.
Quanto tempo para obter o resultado ?
O centro onde fiz o exame me informou que o resultado sairia em três semanas, sendo enviado um atestado por e-mail. Porém, o certificado é enviado por correios, via Aviso de Recepção e pode levar até três meses. Então, a ansiedade é grande, mas vida que segue, lembrando de continuar estudando sempre. O aprendizado de um idioma não é um objetivo, mas um caminho a ser percorrido.